AUSTRÁLIA de Baz Luhrmann
Desça do trem que daqui a pouco passa outro e a gente embarca na próxima ilusão. Acenda a fumaça e ilumine a noite. Hoje eu quero o momento presente, sem a preocupação com o calendário que vira a folha, inevitável percurso que se cumpre. Desligue a tomada e embole o teu fio nos meus fios de cabelo e a gente sorri alto como quem celebra o encontro. Vamos ver o sol e deitar na areia e sentir o corpo quente vermelho das ondas azuis quase verdes quebrando nos pés. Quem sabe ela não me manda uma garrafa com mensagem qualquer como nos filmes que assistimos tantas vezes sozinhos, tantas vezes em longo suspiro?
Desça do trem e me convide para uma loucura que me permita o movimento e vamos transformar todo texto antigo em um novo ato. Amar correr deixar olhar beijar abraçar observar ruborizar desafiar sentir permitir permutar tecer aproveitar. Vem que o verão começou e a cidade transborda a beleza das cores e toda essa geografia atenta para fazer parte do quadro. Quero compor uma canção para cantar com o violão que nunca aprendi e que será tua, somente tua, cava vez mais nossa. Deixe a noite virar dia e no brinde das taças a gente sente o pulso acelerar ao menor toque que é também o maior. A gente percebe que se encontrou, que no meio da correria, teu braço acenou e eu respondi ao teu chamado, ao teu convite sem lógica que me encanta como se tudo fizesse sentido, como se fosse mais simples.
Aqui é possível. Acredito que seja possível em todos os lugares, mas falo por mim: do umbigo que me autoriza. Sendo assim, aqui é possível o encontro e ousaria, o encanto. Embriagados, sem que esse seja um motivo a mais para te querer, eu me deixo levar e me deixando levar, percebo o quanto é frágil e delicada e enorme e também poderosa – fortalezas também podem ser frágeis – as nossas intenções. Sem aquela velha mania mascarada de querer parecer alguém que nunca existiu, teus olhos nos meus dispensam a cena de maneira inédita, debutamos juntos na apresentação de personagens que existem e que não são mais cena. Dispensamos a platéia. Apagamos os refletores e é no mínimo que a gente se esbarra. Que a gente sorri o encanto. Sem vaias, aplausos, burburinho, publicidade.
A soma da tua história na soma da minha história e somos duas pessoas que sequer imaginavam a possibilidade viva do um mais o outro. Um brinde em sorriso de olhos atentos que acontecem sem que precisemos de permissão. Ele vem. Eu vou. Tantos meses. Tantos. Eu respondo a tua pergunta dizendo que fico feliz pela confiança que gera em mim também confiança e é importante saber que posso cair nos teus braços. Que posso deitar nos teus braços. Que posso sempre optar pelo abraço. Na soma de tudo, a gente se encontrou. E percebeu que era motivo suficiente o bem querer.
Desça do trem e corra comigo um sorriso, escreva em conjunto um carinho, perceba que entre nós tudo é vivo e quente, verdadeiro e possível, real e indelével.
Desça do trem e me convide para uma loucura que me permita o movimento e vamos transformar todo texto antigo em um novo ato. Amar correr deixar olhar beijar abraçar observar ruborizar desafiar sentir permitir permutar tecer aproveitar. Vem que o verão começou e a cidade transborda a beleza das cores e toda essa geografia atenta para fazer parte do quadro. Quero compor uma canção para cantar com o violão que nunca aprendi e que será tua, somente tua, cava vez mais nossa. Deixe a noite virar dia e no brinde das taças a gente sente o pulso acelerar ao menor toque que é também o maior. A gente percebe que se encontrou, que no meio da correria, teu braço acenou e eu respondi ao teu chamado, ao teu convite sem lógica que me encanta como se tudo fizesse sentido, como se fosse mais simples.
Aqui é possível. Acredito que seja possível em todos os lugares, mas falo por mim: do umbigo que me autoriza. Sendo assim, aqui é possível o encontro e ousaria, o encanto. Embriagados, sem que esse seja um motivo a mais para te querer, eu me deixo levar e me deixando levar, percebo o quanto é frágil e delicada e enorme e também poderosa – fortalezas também podem ser frágeis – as nossas intenções. Sem aquela velha mania mascarada de querer parecer alguém que nunca existiu, teus olhos nos meus dispensam a cena de maneira inédita, debutamos juntos na apresentação de personagens que existem e que não são mais cena. Dispensamos a platéia. Apagamos os refletores e é no mínimo que a gente se esbarra. Que a gente sorri o encanto. Sem vaias, aplausos, burburinho, publicidade.
A soma da tua história na soma da minha história e somos duas pessoas que sequer imaginavam a possibilidade viva do um mais o outro. Um brinde em sorriso de olhos atentos que acontecem sem que precisemos de permissão. Ele vem. Eu vou. Tantos meses. Tantos. Eu respondo a tua pergunta dizendo que fico feliz pela confiança que gera em mim também confiança e é importante saber que posso cair nos teus braços. Que posso deitar nos teus braços. Que posso sempre optar pelo abraço. Na soma de tudo, a gente se encontrou. E percebeu que era motivo suficiente o bem querer.
Desça do trem e corra comigo um sorriso, escreva em conjunto um carinho, perceba que entre nós tudo é vivo e quente, verdadeiro e possível, real e indelével.
(Publicado na Revista Paradoxo, na coluna Depois do Filme)